CARTA DE UM CÃO ABANDONADO

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Quando pegaste em mim, pequenino, e me tiraste da minha mãe eu fiquei assustado e não entendi. Mas de repente, comecei a sentir por ti um amor tão forte e inexplicável... Fui crescendo e cada vez mais desejava a tua companhia. Esperava ancioso por ti, quando chegavas, explodia de felicidade. Nunca precisei de mais nada além da tua presença.

De repente algo aconteceu quando cresci....!

Puseste-me no carro e levaste-me para muito longe de nossa casa. Abriste a porta do carro num lugar deserto e estranho e atiraste-me pedras.!!!

Fiquei sem entender! Que foi que eu fiz!?

Pensei...pensei...e não descobri o que te fiz...

Foi então que aconteceu o mais assustador...ligaste o carro e partiste acelarado.!

Corri muito pela estrada atrás de ti, até cair de exaustão.  As minhas patas muito feridas, meu corpo cansado demais para continuar...Fome e sede, comecei a ficar com dores desesperadas.

Mas nada importa!

Tenho que te encontrar novamente!

Porque te amo demais e nunca te esqueço!

Tenho dentro de mim uma coisa que poucas pessoas têm.

Tenho dentro de mim um amor de verdade e não vou descansar enquanto não te encontrar.

Quem sabe se te encontrarei quando morrer!!!

 

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            Seu cão abandonado.

 

   

 

 António Ribeiro

 

Verdoejo